Este blog tem o objetivo de mostrar que defensores de animais são contrários ao racismo e quaisquer formas de preconceito e discriminação.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Um paralelo esdrúxulo?

Segue trecho de texto do Sociedade Vegetariana em Porto Alegre:

Até mesmo entidades judaicas e organizações de sobreviventes do holocausto vieram à público esbravejar contra os defensores dos direitos animais. Tal postura de certos judeus, por certo, traria arrepios a tantos outros mais sensíveis e esclarecidos.

É o caso de Edgar Kupfer, nascido em 1906 em Koberwitz, próximo de Breslau, era um pacifista. Preso em Dachau em 1940, ele foi abençoado, pelos deuses ou pelos guardas, dois anos depois com um trabalho no almoxarifado do campo de concentração. Em pedaços roubados de papéis de rascunho e com pedaços de lápis, ele rabiscava furtivamente seu diário secreto. Nos 3 anos seguintes, ele enterrou seus escritos, uma idéia sem dúvida inspirada no enterro dos mortos. Em 29 de abril de 1945, Dachau foi liberado; Edgar Kupfer estava livre. Os “Diários de Dachau” também estavam livres e foram publicados em 1956. Nesta época Kupfer havia se mudado para Chicago aonde vivia.

Abaixo, um contundente trecho de seus diários - a prova ineludível de que o holocausto de animais humanos e o holocasuto de animais não-humanos são duas faces da mesma moeda: a crueldade e a absoluta falta de ética que guiam os passos de nossa espécie sobre a Terra.

“Animais, Meus irmãos!”
por Edgar Kupfer-Koberwitz

(As páginas seguintes foram escritas no campo de concentração de Dachau, em meio a todo tipo de crueldades. Elas foram furtivamente escritas na barraca do hospital onde fiquei durante minha doença, em um tempo em que a morte nos tocava dia após dia, quando perdemos 12 mil pessoas em quatro meses e meio.)

Querido Amigo,

Você me perguntou porque eu não como carne e você está imaginando as razões do meu comportamento. Talvez você pense que eu tenha feito votos – algum tipo de penitência – recusando todos os gloriosos prazeres de comer carne. Você pensa em filés com molhos, peixes suculentos, deliciosos presuntos defumados, e outras milhares de preparações cárneas que seduzem milhares de paladares humanos. Então você vê que eu estou recusando todos estes prazeres e você pensa que somente penitência, um solene voto, um grande sacrifício, poderia me levar a recusar esta maneira de aproveitar a vida, suportando com grande resignação.

(...)

Eu me recuso a comer animais porque eu não posso me alimentar do sofrimento e da morte de outras criaturas. Eu me recuso a fazer isto porque eu mesmo sofri tão dolorosamente que eu consigo sentir as dores dos outros pela lembrança dos meus próprios sofrimentos. Eu sou feliz, ninguém me persegue; por que eu deveria perseguir outros seres ou causar-lhes sofrimento? Eu sou feliz, eu não sou um prisioneiro; por que eu devo transformar outras criaturas em prisioneiros e jogá-las em jaulas?

Eu sou feliz, ninguém está me machucando; por que eu deveria machucar os outros ou permitir que sejam machucados? Eu sou feliz, ninguém me maltrata; ninguém vai me matar; por que eu deveria maltratar ou matar outras criaturas ou permitir que sejam maltratadas ou mortas para meu prazer e conveniência?

Não é natural que eu não inflija a outras criaturas a mesma coisa que eu espero, e temo, nunca seja imposta a mim? Não é a coisa mais injusta fazer estas coisas aos outros sem nenhum propósito além do gozo deste insignificante prazer físico, às custas de mortes e tormentos?

Estes seres são menores e mais desprotegidos do que eu, mas você pode imaginar um homem racional, de sentimentos nobres, que basearia-se nestas diferenças para afirmar o direito de abusar da fraqueza ou da inferioridade de outros? Você não acha que é justamente o dever do maior, do mais forte, do superior, de proteger a criatura mais fraca ao invés de matá-la?
“Noblesse obligé”

Eu quero agir de uma maneira nobre.

Eu me lembro da horrível época da Inquisição e eu lamento constatar que o tempo dos tribunais dos hereges ainda não terminou; que todos os dias os homens cozinham em água fervente outros seres que lhes são entregues pelas mãos de torturadores. Eu fico horrorizado ao pensar que estes homens são pessoas civilizadas, não brutos bárbaros, não nativos. Mas, apesar de tudo, eles são apenas primitivamente civilizados, primitivamente adaptados ao seu meio cultural. O europeu médio, flutuando entre idéias eruditas e belos discursos, comete todos os tipos de crueldades com um sorriso nos lábios, não porque ele seja obrigado a fazer isto mas porque ele quer fazê-lo. Não porque ele tenha perdido sua capacidade de refletir e compreender as terríveis coisas que ele está executando. Oh, não!! Apenas porque ele não quer ver os fatos. De outra maneira ele seria interrompido e aborrecido no desfrute de seus prazeres.

Considerando somente as necessidades, alguém pode, talvez, concordar com estas pessoas. Mas, será isto realmente uma necessidade? Esta tese pode ser contestada. Talvez exista algum tipo de necessidade para estas pessoas que ainda não evoluíram à personalidades conscientes.

Eu não estou pregando para eles. Eu escrevo para você, para um indivíduo ainda atento, que racionalmente controla seus impulsos, que sente-se responsável interna e externamente por seus atos, que sabe que nossa suprema corte está instalada em nossas consciências e que não há uma corte de apelação contra isto. Existe alguma necessidade que leve um homem totalmente consciente de si mesmo a respaldar uma matança? Em caso afirmativo cada indivíduo tem que ter a coragem de fazê-la com suas próprias mãos. Está é, evidentemente, uma covardia miserável: pagar à outras pessoas para sujarem suas mãos de sangue e abster-se do horror e da consternação de fazê-lo...

Eu penso que os homens continuarão a ser mortos e torturados enquanto os animais forem mortos e torturados. Enquanto isto haverão guerras, também, porque matar precisa ser treinado e aperfeiçoado em pequenos objetos, moral e tecnicamente. Eu não vejo razão para se sentir ultrajado pelo que outros estão fazendo, nem pelos pequenos ou grandes atos de violência e crueldade. Mas, eu penso que já está mais do que na hora, de se sentir ultrajado por todos os pequenos e grandes atos de violência e crueldade que realizamos contra nós mesmos. E porque é mais fácil vencer as pequenas batalhas do que as grandes, eu penso que devemos tentar vencer primeiro nossas tendências às pequenas violências e crueldades, para evitar, ou melhor, para superá-las de forma final e definitiva. Então, o dia chegará quando será fácil lutar e superar até mesmo as grandes crueldades. Mas, nós ainda estamos adormecidos, todos nós, em hábitos e atitudes herdadas. Elas são como um molho suculento que nos ajuda a engolir nossa crueldade sem sentir seu amargo gosto.

Este é o ponto: Eu quero crescer em um mundo melhor onde uma lei maior conceda mais felicidade, em um mundo novo onde o mandamento de Deus impere: “Amai-vos uns aos outros”


NA ÍNTEGRA.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O mundo já entendeu o recado...


Esse banner é de um blog latino-americano sobre defesa dos direitos animais (o que inclui humanos e combate igualmente os diversos "critérios" de discriminação: espécie, sexo, orientação sexual, etnia, etc).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Coisa do Demônio ?

Como poderia ser coisa do "demônio" um site cristão ?
Pena que está em inglês.
http://www.all-creatures.org/cva/

domingo, 13 de janeiro de 2008

Publicações Curiosas da AfroPress: O Demônio Vegano e os AfroPatos

O ANO DE 2008 ACABOU DE COMEÇAR E PARECE QUE JÁ TEMOS A PÉROLA DO ANO!
AfroPress publica comentário que chama Veganos de endemoninhados e descarta comentários pacíficos ou imparciais da parte dos ditos endemoninhados

"
Qual a diferença? Toda. Animais param e não mais se preocupam com sua cria. O ser humano vai continuar se preocupando, 60, 70 anos depois. Veganismo é manifestação do demônio."
De: Adriano Albuquerque
Email: adrianquerque@hotmail.com
Fonte: http://www.afropress.com/palavra_do_leitor_2.asp?id=984
UPDATE: o link mudou, agora é aqui: http://www.afropress.com/palavraDoLeitorLer.asp?id=984

Resposta da Simone Nardi em 09/01/08 (algo que jamais será publicado em sites parciais como a AfroPress):

Escolhemos o lado do mal. Somos endemoniados (sic), mas não matamos e nem permitimos que matem [seres com sistema nervoso central, de onde vem a dor] para que nos alimentemos. Somos satanistas, mas não sacrificamos animais em nome de nossa "religião".
Somos loucos, porém não atiramos cães da janela do apartamento, e nem tampouco jogamos crianças em lagos. Somos uma seita, porém lutamos pelo fim da crueldade animal, hominal e um dia, vegetal. Somos mal vistos porque alimentamos quem tem fome, aliviamos a dor de quem tem sede e agasalhamos quem tem frio. "Tudo o que fizeres por um de meus pequeninos, estará fazendo a mim"
Somos temidos porque não temos medo que dizer que os seres humanos, [não] são criações a parte, mas sim, tudo farinha do mesmo saco. "O que nós une, é que respiramos todos os mesmo ar".
Somos alucinados porque não não somos racistas, nem sexistas, nem anti-semitas, nem especistas, aquele que vive em paz consigo mesmo e com o mundo, sempre é temido. Somos tolos porque acreditamos que um dia, os homens poderão aprender a amar.
É escolhemos o lado errado, mas é melhor ser minoria(como Jesus foi), do que ser maioria como aqueles que o crucificaram.

Simone Nardi

Blogger : www.conscienciahumana.uniblog. com.br
Videos: http://www.youtube.com/profile_videos?user=conscienciahumana
egroup Clara Luz- OS ANIMAIS TÊM ALMA! http://br.groups.yahoo.com/group/clara_ luz/



Comentário do blog
: o uso, da Simone, de "consciência humana" no seu blog e no YouTube, remete ao nítido fato de que humanos são animais como outros quaisquer (em termos de afetividade, direito à vida, direito à liberdade, etc.), o que não pode admitir, de forma alguma, racismo, especismo ou outras formas de discriminação egoísta. Já os que se agrupam em ONGs pra combater o racismo (no caso específico de etnias afro), são geralmente Especistas, ou seja, acham que podem menosprezar os interesses das outras espécies e subjugá-las, usando animais como escravos, alimento, vestuário, brinquedo, mercadoria, etc. e não os respeitando como os indivíduos dignos dos direitos que têm.



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Patos AfroDe
scendentes: Uma questão de Coerência

Quando uma ONG vegana contra Especismo disse que a escravidão humana ou animal são igualmente imorais e desprezíveis, a ONG ABC Sem Racismo denunciou, antropocentricamente ofendida. Contudo, um colunista da AfroPress já compararou o sofrimento animal e humano, de modo a condenar ambas as formas de preconceito, igualmente nós, contra o Especismo, fizemos:

"Aonde está o prefeito que não vem a público pedir desculpas à família pela morte de um menino cujo problema, aos olhos dos policiais, era ser afro-brasileiro e pobre? Até quando este tipo de mentalidade escravocrata permeará a mente dos que estão no comando do país? No país da “democracia racial” os afro-brasileiros continuam sendo abatidos como patos em temporada de caça."
UPDATE: O link mudou, agora é aqui: http://www.afropress.com/colunistasLer.asp?id=460


Sobre o colunista da AfroPress que publicou os AfroPatos, Edson Cadette, segundo o site ele escreve sobre Cultura, Artes e sobre temas relacionados à temática étnico-racial, enfocando, em especial, personagens que fazem parte da história afro-americana. Email: ecadette@hotmail.com


Comentário do blog: A comparação de sofrimento humano e animal foi a mesma, tanto no caso da campanha da ONG Pelo Fim do Holocausto Animal contra a escravidão, quanto na publicação contra o racismo na AfroPress. Porém, como em nossa comparação tínhamos objetivo de combater o especismo (preconceito por espécie, quando o Homo Sapiens se acha superior aos outros animais). Especistas não gostam de nada que combata o especismo, pois se sentem confortáveis em tratar animais como escravos, máquinas, mercadorias, coisas, produtos, comida, brinquedo, etc., e é impossível alguém com mentalidade antropocêntrica admitir que todos os animais devem ter seus interesses igualmente considerados (direito à vida, liberdade, livre procura por alimento, habitat natural, não ser tratado como objeto ou propriedade, etc).

Coitados dos patos, que não podem reclamar de serem comparados conosco!
Algumas linhas em branco em reverência e homenagem aos patos caçados, os abatidos, os sem liberdade, os que viram Foie Gras, que viram travesseiros de penas, todos vítimas do Especismo, assim como, nas próprias palavras da AfroPress, alguns humanos são perseguidos e discriminados injustamente por alguém que se acha superior.












Mais algumas linhas em branco em LUTO pelo atual Holocausto de animais, pra finalidades fúteis e luxos da humanidade como o consumo de carne, uso de couro, peles, etc., e em luto também pela falta de ética para com os que são de espécies diferentes.















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Aproveitamos pra comemorar o lançamento da AnimalPress, de nosso amigo Fábio Paiva, ativista em defesa dos Direitos Animais: